Casa da Fada Azul

Na casa da Fada Azul tem sempre biscoitos de gengibre, mel e canela, assando no forno!
Perfume de flores por toda parte...
Na casa da Fada Azul ouve-se risos de crianças, o cantar dos passarinhos e música suave, com flautas e sinos!

Sejam bem-vindos à casa da Fada Azul!


Em homenagem aos meus filhos, Dhayaram e Suraj, que amam fadas, principalmente a Fada Azul!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Histórias de Natal 3

O NATAL NA DISPENSA

Esta é a história de uma boneca, a boneca Vera Lúcia, que todos chamam de Veroca. Ela vive na dispensa da casa de Dona Elisabeth, mãe de Amanda. Veroca pertenceu a Amanda e juntas elas fizeram muitas brincadeiras as quais deixaram muitas marcas na boneca.
Veroca tem certeza de que foi muito amada por Amanda, mas como ela se casou e mudou de casa, deixou Veroca esquecida na dispensa. No começo ela se sentiu desesperada, mas, aos poucos começou a fazer amizade, o primeiro foi um espanador, que a fez ver que as coisas poderiam mudar: Amanda, certamente, viria procurá-la novamente quando tivesse um bebe. Depois disso, a bonequinha passou a viver sonhando com o tempo que irá sair da dispensa para ser novamente a boneca preferia de Amanda.
O seu melhor amigo é um pintinho de verdade, que nasceu de um ovo que já veio chocado. Veroca vive sempre buscando formas de arrumar comida para ele, pois ele é faminto e guloso.
Como ela é muito comunicativa e alegre tornou-se um elemento importante: é amiga de todos e está sempre pronta para comandar as festas e shows que acontecem freqüentemente na dispensa.A dispensa é um local na casa de Dna Elizabeth onde se coloca de tudo: coisas que não serve mais e que se tem pena de jogar fora, materiais de limpeza do dia-a-dia e suprimentos que serão utilizados na casa. Portanto, lá moram muitas coisas:
Tem os "aposentados" que são aqueles que nunca saem pois não tem utilidade na casa, esta é a turma da Veroca e de seu grande amigo espanador, mas lá tem também uma rádio que toca só quando quer, uma peneira furada, e outras coisas inúteis, que esperam um dia se tornarem úteis. Eles vivem em uma caixa no canto da dispensa.
Tem também a vassoura que embora more na dispensa, sai todos os dias para fazer serviços e, por isso, conta as novidades que estão acontecendo na casa.
Lá na dispensa tem também uma turma, que os moradores fixos chamam de "hóspedes" são as latas de óleo, ervilha e leite condensado, pacotes de bolachas e material de limpeza, que ficam temporariamente na dispensa até serem consumidos. Alguns ficam mais tempo como uma lata de atum que está lá ha um ano pois a família detesta peixe. Outros, como o pacote de bolacha, "param" muito pouco.A Boneca Veroca é alegre, carinhosa e atenciosa com todos, sempre pronta para ouvir, embora não saiba dar conselhos, sabe sempre restaurar o bom humor e despertar a auto-estima de todos. É quem sempre organiza as festas na dispensa. Ela tem muitas marcas no corpo que são as doces marcas de suas aventuras com Amanda: uma manchinha de chocolate na blusinha conseguido em uma festinha de aniversário, um dedo decepado em um balanço no sítio da vovó, o pé embolorado como lembrança de um passeio na praia.
Embora ela pertença à turma dos moradores fixos ela sente que pertence aos dois lados por dois motivos: o primeiro é que precisa ter boas relações com os alimentos para poder alimentar o seu pintinho que sempre tem fome e, depois, porque se sente "de passagem" na dispensa pois sabe que um dia sairá para fazer companhia à filha de Amanda.
Esta história se passa em uma época onde o ambiente não estava nada bom na dispensa, as duas turmas estavam brigando muito. Os "aposentados" estavam dizendo ser os verdadeiros donos da dispensam porque moravam lá e os hóspedes dizendo que eram mais importantes, porque estavam na "ativa", são úteis, fazem parte da vida! E nesse vai-e-vem, ninguém conversava mais, só falava aos berros, havendo muitas palavras mal educadas e, até, alguns empurrões
A bonequinha tentava apaziguar todos dizendo que isto não podia acontecer, especialmente, agora que estavam perto do Natal, onde deveria reinar a harmonia e o amor.
Mas a "brigaiada" foi interrompido por Dna. Elizabeth que entrou na dispensa e colocou cuidadosamente um pacote na prateleira. Todos, esquecidos da briga por um momento, correram lá para ver e, por uma fresta do pacote, puderam ver que se trata de uma xícara, e uma xícara muito fina! Falou a vassoura que escutou de manhã (quando estava varrendo a sala) Dna Elizabeth falar que tratava-se de uma relíquia, uma xícara antiga que tinha sido de sua avó e que agora ela estava passando para a sua filha, que certamente ficaria comovida com o presente.
Isto deixou todos curiosos e começaram a correr para poderem ver também, logo começou um "empurra-empurra" em volta do pacote. Como uns estavam bravos com os outros, a educação ficou de lado, um puxava o pacote para um lado, outro para o outro ate que a tragédia aconteceu: o pacote se estatelou no chão e a xícara quebrou.
Todos ficaram desesperados e começaram a colocar uns a culpa nos outros. Os mais antigos começaram a chorar com medo de que Dna Elizabeth irritada, percebesse a bagunça da dispensa e resolvesse "se livrar" de alguns jogando-os no lixo. Veroca também começou a chorar com pena de Dna. Laura que era tão boa e não merecia isto. E nesta confusão a briga recomeçou mais feia ainda.
De repente todos ficam surpreendidos com um som que vinha de uma caixa que estava há muito tempo lá, mas que nunca havia se mostrado "com vida". Chegando perto todos viram que se tratava de uma caixa de enfeites de Natal e quem estava batendo era o "Papai Noel".
A bonequinha ficou super entusiasmada de receber Papai Noel "em pessoa" mas o espanador, que era muito rabugento, não foi da mesma opinião, ficou dizendo que tudo isso é invenção pois, Papai Noel não existe. As opiniões se dividiram, e agora todos discutiam, entre socos e pontapés se Papai Noel existia ou não.
Mas Papai Noel, deu um grito para que todos parassem e pediu a palavra:
- É uma vergonha vocês continuarem discutindo assim, com um problema tão grave que tem para resolver! E a xícara de Dna. Elizabeth que vocês quebraram? Como é que vai ficar isso?
Todos ficaram muito envergonhados e olharam para a caixa onde estava a xícara despedaçada que Dna Elizabeth tanto gostara.
A peneira furada, que se achava a mais inútil da dispensa, deu uma idéia:
- E se nós a colarmos?
As opiniões se dividiram, alguns achando que era a melhor solução, outros colocando muitos problemas: como achariam a cola? E se algum pedaço estivesse perdido? E outros ainda, diziam que não ficaria bom, Dna. Elizabeth logo perceberia que a xícara havia sido quebrada.
Veroca e o Papai Noel começaram a fazer uma votação procurando a solução. A opinião vencedora foi de consertar a xícara. E os dois logo começaram a organizar o trabalho.
As bananas trigêmeas, que votaram contra a colagem, não queriam participar mas Papai Noel deu uma lição:
- Que coisa feia bananas, tenho certeza de que, se vocês ganhassem, os outros iriam respeitar. É importante ter uma opinião e lutar por ela, mas quando esta opinião é vencida é preciso colaborar sinceramente com o que a maioria decidiu, sem se importar com o lado que você estava anteriormente.
As bananas, vermelhinhas de vergonha, entenderam e começaram a participar.
E o serviço começou: a vassoura saiu em busca de convencer a cola, levando em sua garupa um tomate (que mesmo sendo de opinião contrária resolveu ajudar por ser o único que sabia onde a cola estava). Um grupo se reuniu para procurar os cacos e outro para juntar este quebra-cabeça, o coador de café (o mais fino de todos) se enfiou debaixo do armário para pegar a alça da xícara que lá estava, mas isto só foi possível porque o rádio, as pilhas novas e uma lâmpada iluminaram o local.
Até o biscoito francês, que dizia conhecer de arte, perdeu a sua arrogância e ensinou o cotonete e a tinta a pintar algumas falhinhas da nova xícara e dar os retoques finais.
E todo este trabalho seguia sempre liderado pela bonequinha e "apaziguado" pelo Papai Noel, que sempre tinha palavras de estímulo a todos.
Quando tudo estava pronto, a xícara voltou a falar e emocionada agradeceu a todos, especialmente a Papai Noel.
E a bonequinha disse:
- Eu não falei que ele existia, ele é o próprio milagre do Natal.
- Que nada, quem fez tudo fomos nós, Graças ao nosso trabalho a xícara está pronta para Dna Elizabeth dar de presente. Aqui não tem milagre de Natal nenhum, falou o rádio rabugento.
Mas a bonequinha arrematou:
- É aí que está o milagre do Natal. É ele que motiva as pessoas a colaborarem umas com as outras, a encontrarem o que cada uma tem de melhor de si para dar para os demais, respeitando as diferenças, tolerando as deficiências e usando com proveito e humildade as suas habilidades. Papai Noel e o Natal têm esta magia, fazer com que cada um encontre e divida o amor que tem dentro de si.
E para comemorar tudo isso a bonequinha comandou uma grande festa de Natal, onde o rádio tocou muito alto as mais belas músicas de Natal, as bananas dançaram vestidas de roupas verde e vermelhas, a bonequinha e o pintinho fizeram um lindo dueto e o espanador vestido com uma casaca prateada declamou uma poesia de amor.

Um comentário:

Ariany Moreira disse...

Olá Dany!

Acabei de ler essa estória para meu filho e ele adorou!

Muito linda mesmo!

Grata por compartilhar!