Casa da Fada Azul

Na casa da Fada Azul tem sempre biscoitos de gengibre, mel e canela, assando no forno!
Perfume de flores por toda parte...
Na casa da Fada Azul ouve-se risos de crianças, o cantar dos passarinhos e música suave, com flautas e sinos!

Sejam bem-vindos à casa da Fada Azul!


Em homenagem aos meus filhos, Dhayaram e Suraj, que amam fadas, principalmente a Fada Azul!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A festa do Noel

Nessa véspera de Natal, um momento confuso para alguns pais pagãos, percebi que seria propício postar um texto escrito pelo Malhado (com sua prévia autorização).

Para quem não o conhece, Malhado é um Bardo, dentro do druidismo.

Para saber mais sobre druidismo, acesse os seus blogs:

A festa do Noel

Para quem não é cristão o natal é uma data complicada, especialmente para a esmagadora maioria de nós que não tem como festejar a data com quem não o seja. Para eles a data tem um significado religioso forte, e discussões à parte do quanto desse significado foi usurpado de várias religiosidades pagãs o importante é que nessa época uma coisa muito especial também acontece para nós: as pessoas pensam em conceitos como tolerância, amor, paz, harmonia e família.

Então, para um druidista ou qualquer outro pagão, o que fazer nessa data? Afinal, o Solstício de Verão já terá passado e pessoalmente não gosto de misturar as energias de uma festa com uma celebração que para nós é um dos pináculos de nossa religiosidade. Também não é justo que todos recebam presentes e uma criança de outra crença não os receba também. A resposta para esse enigma é bastante simples: Papai Noel.

Além do fato dele ser a fada mais conhecida e celebrada da atualidade e de tudo o que emana dele, bem como toda a magia que se conhece a seu respeito ser absurdamente feérica, Noel transcende crenças e ignora rixas e picuinhas que só existem nos corações dos mais velhos e daqueles que perderam a capacidade de viver no mundo do sonho. Existe também uma questão de inclusão social muito pertinente e séria que precisamos considerar, e que tem relação direta com a nossa fé: independente da religião de nossos familiares, eles fazem parte da nossa linhagem de sangue, e são a nossa ascendência e a nossa descendência, aliás termos que são usados de forma tão errada que vale à pena explicar antes de continuarmos:

Ascendência: quem nasceu antes de nós ou quem esteja anterior a nós em nossa árvore genealógica. Se você tem um tio mais novo que você, por exemplo, ele faz parte da sua ascendência. Será um dos antepassados na sua linhagem. Pais adotivos e sua respectiva estrutura familiar também serão sua ascendência, e os laços que não se formaram no sangue estarão presentes na alma.
Descendência: quem veio a partir de nós. Nossos filhos, netos, etc. Sobrinhos muito próximos eu também considero como parte da minha descendência, pois cuido deles e os amo como parte de mim, e é inclusive indicado e natural incorporar na sua descendência quem adotemos, legalmente ou afetivamente, seja como filhos, seja como agregados.
Passar essa festa ou qualquer oportunidade possível junto à sua família é prestar atenção num dos pilares do Druidismo. E já que falamos tanto de honrar nossos antepassados, que tal compreender esse conceito melhor honrando aqueles que ficarão depois de nossa partida? Afinal, são as crianças as que mais se engajam no natal, e a responsabilidade de tudo isso é de ninguém menos que do Sr. Noel.

Ao cuidarmos dos pequenos, dando-lhes meios para conviver em sociedade e ainda por cima conhecer melhor a religião na qual são criados, no caso de pais que tenham filhos druidistas, damo-lhes meios de crescer mais felizes e fortalecemos seus espíritos para lidar com o mundo enquanto elas celebram um tempo onde a paz e a tolerância são o foco. E o melhor de tudo é que tudo isso é feito com os familiares, muitos dos quais talvez só vejamos nessas poucas ocasiões. É uma oportunidade como poucas que devemos aproveitar de estar com eles. Para os mais jovens e quem ainda more com os pais, meu conselho é que cultivem a paz.

Quanto aos presentes, eu prefiro abri-los na manhã do dia seguinte, pois é a tradição do bom velhinho deixá-los ao pé da árvore enquanto dormimos. Colocá-los ao lado das crianças enquanto dormem é também muito interessante e faz sucesso, mas como usa-se abrir os presentes à meia-noite, sugiro deixar abrir apenas um deles nesse momento, também devido à questão de inclusão social, deixando o resto para abrir pela manhã, o que deve ser um evento a parte.

Quanto ao significado da festa, se para eles é o nascimento de seu messias, para nós é quanto uma fada vem trazer à humanidade uma mensagem de paz e convivência entre as pessoas, lembrando-nos de que somos todos parte da mesma teia. Se eles dizem “feliz natal“, cumprimente em retorno, e se eles te dão uma bênção de sua divindade, retribua com uma bênção da sua fé.

E tenhamos todos um feliz natal, honrando nossos Deuses e nossos anciãos, enquanto ensinamos a nossas crianças a viver num mundo mais pacífico a aprendemos o valor da família.

2 comentários:

Danielle disse...

Minha nossa, quanta delicadeza num texto só!

Pessoalmente, tenho ficado um pouco triste porque muitas pessoas me criticam, pois meu filho ainda acredita no Papai Noel.

Para mim, contar a ele que o Papai Noel não existe equivale quase que a dizer que a Deusa não existe, que os elementos não têm nenhum poder, que a imaginação não serve para nada. É matar toda a magia que essa data pode trazer.

Não me considero pagã e aproveito toda e qualquer data para celebrar a vida com aqueles que amo, e essa me parece ser mais uma delas.

Gostei muito do texto!

Danielle disse...

Esta frase ficará marcada para sempre em mim:

"Noel transcende crenças e ignora rixas e picuinhas que só existem nos corações dos mais velhos e daqueles que perderam a capacidade de viver no mundo do sonho."