Casa da Fada Azul

Na casa da Fada Azul tem sempre biscoitos de gengibre, mel e canela, assando no forno!
Perfume de flores por toda parte...
Na casa da Fada Azul ouve-se risos de crianças, o cantar dos passarinhos e música suave, com flautas e sinos!

Sejam bem-vindos à casa da Fada Azul!


Em homenagem aos meus filhos, Dhayaram e Suraj, que amam fadas, principalmente a Fada Azul!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Histórias de Natal 1

A HISTÓRIA DE LILINHO

Quando Tilinho nasceu, seu pai já era dono de um grande estoque de nozes, tão grande que não dava para guardar em uma árvore só. Tilinho cresceu acostumado a ter de tudo, principalmente nozes, que comia sem parar. Por causa disto, tinha uma barriguinha grande e bem redondinha.
Tudo o que precisava era estender a mão e receber, sem nunca precisar fazer nenhum esforço. Tilinho não cultivava muito suas amizades. Na verdade, tratava até mal os outros esquilos, pois sabia que eles sempre voltariam. E o pior é que eles sempre voltavam mesmo. Voltavam porque o pai de Tilinho era conhecido na floresta, era poderoso. Voltavam por que Tilinho tinha o maior estoque de nozes do "mundo". Alguns nem sabiam por que voltavam a falar com Tilinho depois de terem sido maltratados por ele, mas o fato é que mesmo sem saber porque voltavam. Com Tilinho ninguém jamais brigava.
Agora adulto, morava em sua própria árvore e estava muito animado para dar uma festa de Natal, para a qual chamaria todos os seus amigos. Nesta festa ele planejava abrir seu estoque de nozes, imagine só a festa: todos poderiam comer até se fartar!
Joquinha, como este ano será o primeiro que vou passar sozinho, em minha própria árvore, vou fazer uma festa de Natal e gostaria de que você viesse, falou Tilinho animado.
Festa de Natal? Hum... pensou Joquinha, não poderei ir porque já tenho compromisso.
A resposta negativa, e tão direta, deixou Tilinho desconcertado. Como? Ninguém nunca dizia não para ele! Joquinha deveria ter ficado louco para desprezar tamanha farra.
Com certeza ele ficará muito triste ao ver a esquilada toda passando o Natal em minha árvore e ele sozinho.
Consolou-se pensando assim e correu para convidar a esquila Ana, que estava passando neste momento.
Oh Aninha, vou contar uma novidade para você.
Novidade? O que é, Tilinho?
Sabe que você terá a honra de passar o Natal comigo este ano?, falou Tilinho com a arrogância que sempre utilizava quando queria esconder algo.
Quem falou para você isso? perguntou a esquila Ana, surpresa.
Eu! Este é um convite. Você acaba de ser convidada a passar o Natal na festa que haverá em minha casa.
Des... des... des... culpe Tilinho, mas acho que vou estar ocupada neste Natal.
E saiu correndo, assustada.
Uai! O que será que está acontecendo? Bem, ela passará o Natal com Joquinha, pelo menos ele não ficará sozinho.
Tilinho ficou surpreso com as duas recusas, mas nem um pouco preocupado. Sabia que bastava estalar dois dedos para encher a sua árvore de gente no Natal. Nos dez dias que restavam até o Natal ele faria todos os convites.
Mas as coisas não foram bem como Tilinho previa.
Já prometi passar o Natal com mamãe, falou Pepéia.
Ih, bicho, este Natal acho que vou ficar doente, falou o esquilo Guilhermim.
Vou pensar, mas acho que não vai dar, disse Ponchita.
E, com o passar dos dias, o que Tilinho mais ouvia foi: não sei, não vai dar, já tenho compromisso, e outras coisas mais.
Mas o que será que está acontecendo?, pensou ele, a esta altura já preocupado e percebendo que alguma coisa estava errada.
Mas de repente a idéia salvadora veio à sua mente e foi logo posta em prática quando encontrou o esquilo Tomás:
Tomás, dou a você 2 quilos de nozes para passar o Natal comigo, em minha árvore.
Que bom, Tilinho, mas desculpe, já tenho compromisso. Vou passar o Natal com um amigo.
Três quilos.
Não vai dar.
Cinco!
É uma pena.
Vinte!
Nem pensar!
Cem quilos, você não vai me dizer que você vai recusar cem quilos de nozes?
É meio esquisito, mas vou recusar. Já disse a você que vou passar o Natal na casa do meu amigo, falou Tomás.
E quem é esse seu amigo?, perguntou o pobre Tilinho, quase chorando.
É o coelho Pascoal, respondeu Tomás.
Coelho Pascoal?
Tilinho precisou se segurar para não cair.
Mas ele nem esquilo é. Não tem uma noz sequer em sua casa. Às vezes ele passa o dia todo comendo cenouras! Em troca disso é que você recusa um Natal farto em minha casa?
Tilinho, eu acho que você não está me entendendo: ele é meu amigo!
É seu amigo mas é coelho e não tem nozes. Seu Natal será pobre, triste. Você desperdiçará a festa mais bonita do ano.
Tilinho, você está muito enganado. Por ser a festa mais bonita do ano é que eu quero passar com meus amigos. Nesta festa não são as nozes que contam, não é o poder e nem a riqueza. É o prazer de compartilhar. É comemorar junto com aquele que chorou e riu comigo durante o ano, com aquele que se interessou por mim, com aquele que me ajudou nos momentos difíceis e ficou feliz com minhas vitórias. Isso se chama: AMIGO.
Tomás foi embora antes que Tilinho pudesse responder qualquer coisa, mas nem adiantaria mesmo ter ficado por que Tilinho não saberia o que responder. Ficou sentadinho, triste pensando nas palavras de Tomás, coisas que ele nunca havia pensado antes.
A noite tão esperada por Tilinho chegou, mas não trouxe a alegria que ele esperava. Pelo contrário, Tilinho era só tristeza, sozinho com sua montanha de nozes.
Mas esta é a época em que as pessoas ficam com o coração cheio de amor...
Um pouco antes da meia-noite Tilinho ouviu uma batidinha tímida em sua portinha e olhando pela janela viu Tomás, Pepéia, Guilhermim, Ponchita, Joquinha e Aninha:
Tilinho, viemos buscar você para passar o Natal na casa de Pascoal, você quer?
Tilinho não pensou duas vezes, jamais poderia perder esta oportunidade.
E na casa de Pascoal, rodeado de amigos, Tilinho concluiu que mesmo comendo cenoura esta era, sem dúvida, a melhor noite de sua vida!
E, sem dizer nada para ninguém, planejou que amanhã distribuiria na floresta o seu enorme estoque de nozes porque elas agora realmente significavam muito pouco para ele.

Fonte: site da Editora Informal.

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